Estudar a distância exige disciplina e dedicação do participante, ao mesmo tempo em que proporciona autonomia para conciliar as atividades rotineiras aos estudos.
É preciso preocupar-se que, para quem trabalha e concilia horas livres a atividades virtuais, é muito cansativo seguir, principalmente se este horário se adequa ao período noturno: momento indicado para repousar e relaxar o corpo. E caso a aula não seja atrativa, oferecendo conteúdo dinâmico e persuasivo, é quase certeza que ocorrerá a desistência.
Entenda os motivos
Compreende-se por evasão a desistência definitiva dos alunos no decorrer do curso. Entre as causas estão:
– falta de domínio das tecnologias de comunicação e dificuldades para acompanhar as atividades virtuais;
– dificuldades para expor ideias e comunicar-se online;
– falta de contato presencial, face a face;
– falta de hábito de leitura e autonomia.
O brasileiro não tem o hábito da leitura, e o exemplo está na pesquisa divulgada pela Federação do Comércio do Rio de Janeiro, que mostrou que 70% dos brasileiros não leem um livro por ano – ou seja, sete em cada dez pessoas não gostam ou não conseguem ler um livro por completo. Imagine realizar um curso a distância? Logo, o primeiro passo é pensar em um conteúdo atrativo, persuasivo e dinâmico.
Características de conteúdos
Uma das maneiras de manter os alunos está na qualidade do conteúdo dos cursos. Confira características fundamentais:
Atrativo: avalie se o conteúdo da aula é atrativo para o aluno que passou horas trabalhando e que chegou em casa cansado. Nada de páginas carregadas de textos longos e complexos. Tente mesclar a fala de um locutor com imagens explicativas, com exercícios de fácil assimilação. A ideia não é jogar a tarefa no final da aula, depois que o aluno teve que ler diversas páginas de conteúdo, e sim no decorrer do conteúdo. Dessa forma, ele consegue gravar melhor as informações e perceber se está compreendendo ou não.
Caso a aula seja apenas vídeo, tente inserir um chat na página. Assim, caso outro aluno esteja online, eles poderão se comunicar e comentar sobre o conteúdo aplicado. Outra forma de prender a atenção é investir na interação e proximidade com quem está do outro lado da tela. É comum, por exemplo, em empresas de grande porte, treinamento online e ao vivo. A duração costuma ser de trinta minutos. Enquanto o instrutor fala, os participantes enviam perguntas pelo chat.
O aluno precisa sentir proximidade com o centro de ensino, participar de ao menos uma aula ao vivo com o professor. Isso mostra que ele não está sozinho e humaniza a relação. A ideia é indicada para cursos de graduação, técnicos e de línguas que têm maior público.
Textos de leitura simples e prazerosa ajudam a prender o leitor. Inserir informações divertidas e engraçadas, por exemplo, curiosidades e vídeos impressionantes, também contribuem. A ideia é envolver o participante e fazê-lo ter vontade de prosseguir.
Persuasivo: frases questionadoras são mais interessantes do que frases afirmativas. Todos os professores sabem disso e costumam aplicar em sala de aula – sendo virtual ou física. Porém, não basta que você crie uma indagação. É necessário gerar polêmica, fazer o aluno pensar nos inúmeros porquês e ter vontade de chegar até o final do texto ou do vídeo para ter a resposta. Despertar a curiosidade é um incentivo para o interesse em aprender cada vez mais.
Cuidado para não infantilizar demais a aula. Se o conteúdo for apenas textual, não use mascotes que lembram personagens de desenhos infantis. Para o público adulto, é necessário um mascote adulto. O mesmo vale para os vídeos cuja fala do professor é infantil.
Dinâmico e interativo: o constante avanço tecnológico proporciona novos recursos e possibilidades para aplicação na educação a distância. É importante oferecer recursos dinâmicos e interativos, com mecanismos de integração e que facilitem o aprendizado.
Confira alguns recursos que podem ser utilizados em seus cursos:
– plataforma de cursos online;
– jogos; e
– formatos para dispositivos móveis.
Relevância da mediação
Na educação a distância, faz-se mister o acompanhamento e mediação das atividades por um professor ou, no caso de cursos autoinstrucionais, de ferramentas tecnológicas que permitam ao aluno saber seu desempenho.
A mediação e os feedbacks funcionam como mecanismos de motivação e desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. Em geral, a comunicação se dá por meio escrito, por troca de mensagens, chats, postagens em fóruns, dentre outras.
A frequência dos retornos deve ser planejada de acordo com cada curso, de modo que o aluno sinta a presença do tutor e mantenha-se motivado. A qualidade dos feedbacks também é fator determinante para minimizar a evasão. Fornecer mensagens personalizadas, não automáticas, mantém os laços da relação professor-aluno.