Ainda que a taxa de participação tenha aumentado pelo quinto ano consecutivo, ainda há desigualdades entre homens e mulheres no mercado de trabalho.
Entrar no mercado de trabalho pode ser uma tarefa difícil. Para as mulheres, historicamente excluídas deste meio, essa probabilidade fica ainda mais árdua. A participação dos homens ainda é superior à das mulheres, mas esse número vem mudando ao longo dos anos.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a participação das mulheres no mercado de trabalho aumentou pelo quinto ano seguido. Em 2019, ano do último levantamento da pesquisa, a força de trabalho era integrada por 54,5% das mulheres com 15 anos ou mais. Já entre os homens o percentual era de 73,7%. É relevante destacar que, nos oito anos da pesquisa, houve aumento de 2,9 pontos percentuais para as mulheres, em contraposição à queda de 1 ponto percentual para os homens.
Ainda que a maior participação das mulheres seja um ponto a se comemorar, os padrões do mercado de trabalho para elas ainda têm um grande caminho a percorrer. A pesquisa de Estatísticas de Gênero, do IBGE, destaca que o gênero feminino recebe um salário inferior ao dos homens – pelas mesmas funções – e também ocupa menos cargos de gerência.
Desigualdade
A inserção das mulheres no mercado de trabalho ocorre ao longo de muitos anos, por meio da readequação da sociedade. Hoje, as mulheres são maioria nas universidades em todo o Brasil, mas ainda sofrem com as desigualdades no mercado de trabalho. Na área de negócios,
como o curso de administração, por exemplo, a porcentagem de mulheres dentro das salas é superior à dos homens.
Entre os principais motivos para a barragem no mercado de trabalho, destaca-se a presença de filhos. Segundo o IBGE, em 2019, a taxa de ocupação de mulheres sem filhos pequenos era de 67,2%. Para mães com filhos de até 3 anos, a taxa caía para 54,6%. E, no caso de
mães pretas e pardas, o percentual é menor ainda: 49,7%.
Embora essa condição seja uma barreira para o trabalho, ela não se aplica ao gênero masculino. O relatório mostra que a taxa de homens com filhos pequenos (89,2%) foi superior à taxa dos que não tinham filhos (83,4%), fator muito relacionado à ideia de que o homem costuma ser provedor da casa.