A pandemia afetou muito as mulheres no mercado de trabalho e especialmente as mulheres negras, que foram demitidas ou dispensadas pela situação atual.
Entre janeiro de 2015 e janeiro de 2020, o número de mulheres em cargos de vice-presidente cresceu de 23% para 28% e o número nas diretorias cresceu de 17% para 21%. O crescimento existe, mas sabemos que o caminho é longo.
Para muitas mulheres era impensável mudar de carreira ou deixar seus empregos. Quem mais perde são as empresas porque desperdiçam anos de trabalho no progresso em direção à diversidade de gênero.
Sabemos que há muitas diferenças entre o mercado de trabalho feminino e o mundo corporativo internacional para o brasileiro, mas nossa realidade não está longe, não só pelas demissões, mas também pelas duplas até triplas jornadas que temos que enfrentar diariamente por conta da pandemia, onde escolas e creches estão fechadas e o home-office está presente, além claro, de cuidar dos afazeres domésticos.
Segundo dados do Caged, de novembro passado, 897,2 mil trabalhadores perderam o emprego de março a setembro de 2020, por causa da pandemia e do isolamento social, sendo que 588,5 mil são mulheres, ou seja, 65% dos demitidos.
Segundo dados do IPEA, as categorias em que há mais mulheres trabalhando são em alojamento e alimentação. Categoria em que 58,3% são mulheres, a queda foi de 51%. Nos serviços domésticos, em que 85, 7% são mulheres, a queda foi de 46,2%. Em educação, saúde e serviços sociais, 76,4% são mulheres, a queda foi de 33,4%.
Na crise, temos que criar oportunidade. Os investimento devem ser feitos na construção de um local de trabalho agradável, as empresas poderão manter essas profissionais. Estamos em uma crise de saúde e em uma na economia devastada. Precisamos nos cuidar e evitar a desigualdade em todos os setores da nossa sociedade.